terça-feira, 20 de abril de 2010

2MCSNPP/2MCSNJO/Técnicas de Som e Imagem - Linguagem Cinematográfica


Linguagem cinematográfica
A imagem fotográfica sonora em movimento




1) Considerado como a sétima arte, a arte da imagem em movimento, o cinema nasceu em 28/12/1895.

2) É a arte que faz a síntese de todas as outras manifestações de arte e parcerias correlatas.

3) Um filme soma fotografia, pintura, arquitetura, a encenação e o som teatral, a música, o ruído, o vestuário, a dança, a mímica, a história, a geografia, a publicidade, efeitos especiais , os avanços científicos, as descobertas psicológicas e a tecnologia “de ponta” de todos os setores ligados à comunicação de massas.

4) O que diferencia o Cinema das outras Artes? A possibilidade de nos levar a ver (estar) a mesma cena de dois, três ou mais pontos de vista.

5) Linguagem – Conjunto de regras que dão ao cinema a sua própria e exclusiva maneira de “falar”, contar histórias, divulgar produtos”.

6) A linguagem cinematográfica é a base da linguagem visual adotada nos filmes comerciais, documentários, reportagens, novelas de TV.



7) Elementos da linguagem cinematográfica


7.1) Planos , cenas e seqüências ; ângulos; movimentos de câmara; realização; continuidade; montagem e finalização.



8) PLANOS – Os planos são o vocabulário básico que o cinema usa e exercita a sua linguagem para contar uma história.
Diferente do teatro, onde a proporção do quadro da peça é sempre a mesma, o cinema fragmenta a realidade para melhor contar a sua história.


8.1) – Um filme é a soma de todos os PLANOS, CENAS E SEQUÊNCIAS.


9) Um PLANO é um enquadramento que demarca determinada área de recorte de um elemento humano (ou grupo) que está sendo filmado.



10) O PLANO, entre outras teorias, tem origem na nossa maneira de olhar. Exemplo: se você conversa “face to face” ,vê o PP – Primeiro plano. E não o resto do corpo.


11) A Linguagem cinematográfica segue o comportamento do “nosso olhar”. Isso explica a facilidade com que as pessoas acompanham um filme, não estranhando ( as vezes nem percebendo) a constante mudança de planos.


12) OS PLANOS- indicação de funções e significados.

12.1) – PGC (Plano de Grande Conjunto) – tem a função principal de contar “aonde a história acontece. É um plano geográfico, descritivo. O ator pode estar presente, mas a importância é predominantemente do local. O PGC, eventualmente, ganha função dramática, quando o ator é visto “minúsculo” fugindo de uma avalanche, ou “como um ponto insignificante de uma metrópole.

12.2) PG (Plano Geral) – Tem a função de identificar o local: casa, prédio, estádio de futebol, igreja aonde a ação do filme acontece. Ainda é um plano descritivo, arquitetônico. O ator pode estar presente, mas é ainda figura menor.

12.3) – PC (Plano de Conjunto) – O ator ou atores aparecem de corpo inteiro. É plano descritivo. Porém, o elemento humano aparece e se apresenta.


12.4) – PA (Plano Americano) – Mostra o personagem do joelho para cima. É comum nos filmes americanos. O cenário começa a sair de cena e dá mais destaque ao ator, sua roupa, gestos, postura.

12.5) – PM (Plano Médio) – Mostra o ator da cintura para cima. É um plano de razoável teor dramático. Espelha a emoção do personagem e permite que o ator use o recurso da gestualidade, expressão facial.

12.6 – PP (Primeiro Plano) – Mostra o ator dos ombros para cima. É um plano de evidente teor dramático, visto que toda a expressão do rosto do ator enche a tela. No “face to face” você fica atento à voz da pessoa, as suas reações faciais, uma lágrima que cai, um sorriso, a cor dos lábios, a beleza dos seus dentes.


12.7) PPP (Primeiríssimo Plano) – Ou close. Em campo (na tela) aparece a boca, os olhos, o sorriso, a lágrima. Plano de forte poder expressivo.

12.8) PD (Plano Detalhe) – É usado para mostrar objetos, não o ser humano. Mostra uma faca, um revólver, uma rosa, uma chave, uma granada que vai explodir.


13) Plano, Cena, Seqüência

13.1) Plano. É a menor porção de um filme. Uma célula. O encadeamento ( a orquestração) entre os diferentes planos é como o cinema conta uma história. Se caracteriza pela porção do ator ou atriz que recorta.

13.1.1) Tecnicamente é a imagem produzida desde que eu “ligo” a câmera e começo a filmar, até o momento em que eu corto, paro de filmar.


13.2) Cena. É uma ação dramática, que acontece num cenário fixo, composta por vários planos. Ex.: um jantar em família.

13.3) Seqüência. É uma ação dramática com começo, meio e fim, que acontece num mesmo local, em ambientes diferentes. Ex.: O mesmo jantar com desdobramentos da ação na cozinha, no jardim.

13.4) – Plano Seqüência – É um tipo de plano especial, muito usado pela cinema, que busca um efeito visual específico: não dar uma pausa para o espectador respirar e manter a ação contínua.

13.4.1) - Sem corte. É um plano que, mesmo variando a sua proporção dentro do quadro, somando movimentos de câmera com a encenação dos atores, ele não tem nenhum corte, nenhuma interrupção.

13.4.2) Parte de um PLANO.

13.4.3) Ao acompanhar atores e ações específicas, caracteriza uma CENA.

13.4.4) E somando várias ações que apresentam uma fato com começo, meio e fim, ele vira uma SEQÜÊNCIA. De PLANO a PLANO SEQÜÊNCIA, sem corte nenhum.

13.4.5 ) “Festim Diabólico”. É considerado o primeiro filme da história do cinema filmado em um “único plano seqüência”. Foi realizado em 1948 pelo genial diretor Alfred Hitchcock. Em seus quase noventa minutos, o filme “parece” não ter nenhum corte.

14 – Ângulos de Câmera

14.1 – Câmera Normal – A câmera repete o ponto de vista dos nossos olhos, considerando os dois personagens em pé, um de frente para o outro.


14.2 – Câmera Alta – O ponto de vista de um personagem é superior ao do seu antagonista. Pode ser apenas ângulo de localização, bem como um efeito dramático : o vencedor (de cima) olha o vencido ( em baixo).


14.3 – Câmera Baixa –A Câmara filma praticamente no chão e mostra a visão do personagem vencido. Pode ser apenas um ângulo de localização. Como ter o efeito dramático de mostrar a superioridade e imponência do vencedor.



15 – Movimentos de Câmera
Os movimentos de câmera se baseiam, praticamente, em nossos movimentos e no movimento percebido pelo nosso olhar.

15.1 – Panorâmica (Pan) – A câmera não sai do seu eixo. Acompanha o deslocamento de um personagem ou cenário que queremos mostrar por inteiro. Pode ser da esquerda para a direita, ou da direita para a esquerda.


15.2 – Travelling – Viajar ao encontro de ... No caso do travelling, a câmera obrigatoriamente tem que sair do seu lugar. Pode ser um travelling in, quando representa o movimento do personagem indo de encontro até o antagonista. É travelling out quando o personagem está próximo do antagonista e recua. Neste movimento de ir ou vir, o fator dramático pode ser intenso, visto que a câmera “não desgruda ‘os olhos’ do personagem e colhe todas as suas reações.”

15.3 – Travelling de acompanhar 1 – A câmara está posicionada próximo das costas do personagem ou na sua frente. Quando ele caminha, corre, a câmera também corre, mantendo sempre a mesma proporção do ator em campo.

15.4 – Travelling de acompanhar 2 – A câmera está posicionada ao lado do personagem. Ele anda, a câmera anda. Ele corre, a câmera corre, não permitindo ele sair do quadro. Ou escolher a hora para “permitir que ele saia do quadro”. A intenção dramática e não desgrudar do personagem, “pegar no seu pé”.

15.5 – Zoom – Não é um efeito conseguido com o deslocamente da câmera. E sim um efeito de movimento produzido pela lente zoom. Girando o anel da lente zoom, você dá a impressão de se aproximar do antagonista, é o zoom in . Girando o anel em sentido contrário, você tem a impressão de que você se afasta do antagonista. É o zoom out.


15.6 – DIFERÊNÇAS FUNDAMENTAIS – A panorâmica e o travelling registram imagens em movimento que se assemelham ao que nossos olhos vêem. O movimento conseguido ao girar o anel da lente zoom é mais mecânico, sem falhas ou tremidas de câmera. Parece até um movimento falso, de tão perfeito e simétrico.



16 – Roteiro
É o filme escrito. Descrição de atuação do atores, diálogos, locações, se é dia ou noite, chove ou faz sol, sons ambientais.

16.1 – Roteiro decupado - É o filme escrito em linguagem cinematográfica: planos, cenas, seqüências, movimentação dos atores, diálogos.

16.2 – Story-Board – É uma peça contendo os desenhos, cena a cena, em cores, do comercial criado e enviada pela agência de publicidade para aprovação do cliente. Contém imagens (não decupadas) idéias de diálogos, cenários, música, ruídos, características dos atores e seus respectivos personagens.

16.3 – Shooting-Board – Aprovado pelo cliente, o comercial é decupado e desenhado (servindo para orientador na hora da filmagem). Aponta, com precisão, como todos os planos devem ser filmados, diálogos, narração, movimentos de câmera, sons e secundagem da cada plano.


17 – Produção
17.1- Tudo – Equipe de profissionais encarregada de providenciar TUDO, TUDO MESMO, que será usado durante a filmagem.

17.2 – Mais – Locações, alimentação, transporte dos atores.

17.3 – Fundamental – Com base no roteiro, e prevendo refilmagens de alguns planos, a produção deve ter o cuidado de providenciar elementos de cena em duplicata ou triplicata.


18 – Filmagem

18.1 – O diretor – É o responsável pela realização do filme. Cabe a ele escolher a equipe técnica e conseguir uma atuação perfeitamente integrada entre todos.

18.2 – A equipe - Diretor de Fotografia, Operador de Câmera, Assistente de Câmera, Maquinista, Eletricista, Diretor de Produção, Técnico de som direto, Maquiador, Cabelereiro, cenógrafo, figurinista e continuista.


19 – Continuidade

19.1 – Realismo – Profissional de extrema importância na filmagem. Ele é o responsável por manter a “continuidade de ação”, como se o filme fosse realizado em ordem contínua.

19.2 – Tudo mesmo – Deve observar a continuidade de: cenário, elementos de cena, a caracterização dos atores, desde o ator principal até o time de extras que trabalha em segundo e terceiro plano.


20 – Montagem (ou edição)

20.1 – Função básica – Reunir planos, cenas e seqüências na ordem estabelecida pelo roteiro original.

20.2 – Quando acontece ? – Depois que tudo foi filmado. E a trilha sonora está pronta ou sendo finalizada.

20.3 – Equipe de montagem – Nos filmes de longa-metragem americanos você tem, basicamente, o responsável pela edição e montadores específicos: música, ruídos, efeitos sonoros especiais, ruídos ambientais...

20.4 – A montagem final - Acontece quando os editores “juntam” todos os “pedaços filmados” . Adicionam ou corrigem diálogos. Mixam a música, efeitos sonoros, ruídos ambientais.


20.5 – Montagem e ritmo – É através da montagem que o filme ganha seu ritmo próprio. Uma comédia pastelão, amalucada ou filmes de ação “pedem” cortes rápidos. Já um filme de suspense ou romance pode “pedir” uma narrativa mais lenta.


20.6 – Tipos de montagem básicos – Linear: quando segue a cronologia dramática de um fato contínuo.
Paralela/alternada: duas ações acontecem “ao mesmo tempo” em espaços diferentes.
Flash-back: quando um personagem recorre à recordações do passado e as coloca no presente. Ex. Amnésia.


20.7 – Montagem, corte, passagem de tempo – Ao conceber um filme e preparar o seu roteiro, o diretor visualiza a sua montagem final. Sendo um filme o resultado da orquestração ou alternância de planos, o corte ou a passagem de tempo podem assim ser realizados:

20.7. 1 – Corte direto – Uma tomada substitui a outra imediatamente, sem nenhum intervalo ou recurso.

20.7.2 – Fusão – uma tomada é lentamente substituída por outra. O espectador vê as imagens se fundir: desaparece a imagem anterior e predomina a imagem nova. É uma passagem de planos elegante, muito usada em comerciais.

20.7.3 – Escurecimento e/ou clareamento – Finda uma ação, a tela escurece (noite). Há uma passagem de tempo para o dia seguinte (ou até vários dias depois). A cena recomeça com o clareamento (um novo dia que nasce). Indica delicadeza e um ritmo tranqüilo de narrativa.

20.7.4 - Foco/desfoco – É uma passagem de planos sem corte nenhum.

20.7.4 –Outros tipos de passagem de planos - Chicote. Cortina, relógio, calendário...




21 – Finalização

21.1 – Edição digital – Premiere, Final Cut
21.2 – Inclusão de créditos de abertura e créditos completos.
21.3 – Possíveis acertos de som e imagem.

Prof. José Edward (PP/JO)/ Prof. Rosa Itálica (PP) - abril 2010